Clima
Outono deverá trazer chuvas para o RS
Previsão, elaborada pelo Climatempo, prevê a recuperação das chuvas em todo o estado a partir de abril, sendo intensificadas em maio
Jô Folha -
A estação mais quente do ano está próxima do fim. O outono, que começará a partir das 00h50 desta sexta-feira e irá se estender até o dia 20 de junho, deverá trazer alívio para municípios no Rio Grande do Sul, que calculam perdas no agronegócio, e para famílias que sofrem com desabastecimento de água. Ao todo, 162 municípios já decretaram situação de emergência devido à estiagem, de acordo com a Defesa Civil estadual. A previsão elaborada pelo Climatempo é que, com a nova estação, haja uma recuperação das precipitações já a partir de abril, com um cenário ainda mais favorável em maio, com chuvas mais frequentes e abundantes previstas para Pelotas e todo o estado. Na estação, que terá pouca influência do fenômeno El niño, as temperaturas também devem ser mais amenas, com uma maior incidência de nevoeiros.
"A nossa previsão é de uma melhora na região Sul", afirma o meteorologista do Climatempo, Filipe Pungirum, em relação à escassez de chuvas nos três estados que compõem a Região. Segundo ele, a expectativa é que, nas cidades gaúchas, a recuperação de chuvas passe a ocorrer a partir do mês de abril. Em maio, a predominância será maior, com chuvas acima da média histórica, que considera os últimos 30 anos. "Uma recuperação plena", contou, lembrando que o mês também deverá ser mais frio do que em outros anos. Em junho, no entanto, o cenário pode mudar, com uma diminuição nas precipitações e temperaturas acima da média, que conta com mínimas de 8ºC à máximas de 18ºC.
O meteologista explica que a estiagem em todo o estado pode ser explicada pela ocorrência de jatos de baixos níveis, na região a leste dos Andes, que levaram a umidade oriunda da Amazônia para a região Sudeste. Nesse sentido, Pungirum lembra que as formações de frente frias, que favorecem a formação de chuvas, ocorrem em maior intensidade quando a diferença de temperatura entre o pólo Sul, mais frio e a região do Equador, mais quente, são mais acentuadas, fenômeno que não ocorreu de forma regular neste ano. Esse cenário também ocasionou na diminuição das chuvas. "Essa relação de temperaturas ficou mais evidente", afirmou. Conforme o Climatempo, o nível de precipitação médio no mês de janeiro é de 101 milímetros. Neste ano, no entanto, foram registrados 40 milímetros de chuva no primeiro mês do ano, de acordo com dados do pluviômetro central do Sanep. Para fevereiro, a média é de 138 milímetros, mas o total de chuvas chegou à 47 milímetros em 2020. Para março, a média de chuvas é de 106 milímetros. No entanto, o total acumulado, até o último dia 13, alcançou 19 milímetros.
Sudeste com menos chuvas
Além de dias mais curtos e noites mais longas, Pungirum aponta que, no outono, a tendência é que haja a diminuição de chuvas em regiões do país, com exceção do Nordeste e no Norte, que apresentam tendência de maior incidência de chuvas. Para a região Sudeste, onde o excesso de chuvas levou à ocorrência deslizamentos, enchentes e mortes nos estados, as previsões são favoráveis, no sentido de que as precipitações devem ocorrer com menor incidência. Na capital paulista e no Rio de Janeiro, no entanto, os indices devem ficar acima da média histórica em abril e maio. Além disso, também devem ocorrer temperaturas mais amenas, se comparadas à média histórica para o período e clima seco.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário